O que é?

Hiperidrose é uma doença caracterizada por suor excessivo, maior que as necessidades fisiológicas do corpo. Embora não se conheça exatamente o mecanismo ou as causas pelas quais isto ocorre, em alguns indivíduos o suor intenso nas mãos, nos pés, nas axilas ou na face torna-se incontrolável, acompanhado de um sentimento de embaraço que, frequentemente, é seguido de uma forte ânsia de escapar da situação que os originou. Todo este quadro caracteriza uma situação denominada “fobia social”.

Incidência:

A Hiperidrose ocorre em cerca de 3% da população. A doença de causas ainda desconhecidas atinge atualmente cerca de 6 milhões de pessoas apenas no Brasil.

Localização:

Pode ocorrer nas mãos (hiperidrose palmar), nas axilas (hiperidrose axilar), nos pés (hiperidrose plantar) e na face (hiperidrose craniofacial). Pode afetar apenas uma dessas regiões ou uma associação delas.

  • Hiperidrose Palmar
  • Hiperidrose Axilar
  • Hiperidrose Craniofacial
  • Hiperidrose Plantar

Dúvidas Frequentes

Hiperidrose significa suar mais que o necessário para o equilíbrio da temperatura corporal, mantendo-a nos chamados limites fisiológicos (acima de 35,5 e abaixo de 37 graus celsius). O suor aparece sem qualquer causa. O excesso de suor é constante e provoca enorme desconforto e angústia aos pacientes, podendo se manifestar nas mãos, pés, axilas e rosto de forma totalmente incontrolável.

Sabe-se que esta doença costuma aparecer em indivíduos da mesma família. Na nossa casuística, de mais de 1000 pacientes, metade tem algum parente de 1º grau com hiperidrose. As pessoas obesas suam mais do que outras vítimas da doença. Até alguns anos esses indivíduos não podiam ser tratados, mas hoje, com a disponibilidade de medicação o sucesso no tratamento é possível.

É raro o desaparecimento espontâneo do suor excessivo, mas o fluxo pode diminuir com o tempo. Alguns pacientes com queixa de hiperidrose durante a puberdade, fase exacerbada de desenvolvimento, relataram melhora ao longo do tempo. Eles teriam deixado de suar ao atingirem certa estabilidade física, psíquica e emocional. Mas tais casos são exceção à regra. Na grande maioria, os sintomas persistem ou até se agravam com o passar dos anos, e a qualidade de vida do paciente diminui em consequência da doença. Tratar os pacientes em fase precoce é a melhor alternativa, inicialmente com medicações e eventualmente cirurgia.

O rubor facial pode vir acompanhado de hiperidrose e também deixa seus portadores em pânico, propensos a desenvolver a chamada “fobia social” receio de estar entre pessoas e ser notado. Alguns pacientes podem apresentar os dois sintomas, rubor facial e suor, ou somente rubor facial, sem suor.

A doença incide tanto em homens quanto em mulheres, mas estas tendem a buscar ajuda, e por isso engrossam as estatísticas. Verifica-se que, nos países ocidentais, onde os homens têm quase que os mesmo direitos e deveres das mulheres, nota-se uma discreta predominância da doença no sexo feminino. Já em países como Arábia Saudita, onde o homem é o centro das atenções, é maior o registro de reclamações masculinas por conta dos incômodos causados pela doença.

Dentre diversos tipos de tratamentos medicamentosos e locais, o único que oferece sucesso clínico é o uso do Cloridrato de Oxibutinina. Baseados em estudos com mais de 1200 pacientes a longo prazo, observamos que essa medicação oferece melhora em mais de 70% dos casos, sendo hoje considerado o tratamento inicial para a hiperidrose. Quando ele não funciona, a cirurgia pode ser aventada

A aplicação da toxina botulínica é intradermica. O tratamento consiste em cerca de 30 a 40 injeções subcutâneas nas áreas afetadas. Por conta disso, por exemplo, nas mãos e axilas são indicadas, aproximadamente, 150 injeções. Além do custo de cada injeção ser elevado o tratamento é muito doloroso. O Botox funciona bloqueando a transmissão do estímulo nervoso às glândulas sudoríparas. Com isso, a produção do suor fica temporariamente contida. A duração do efeito varia de 4 a 6 meses e sua indicação é aconselhada somente em casos específicos de hiperidrose palmar e axilar. No entanto quase todos os pacientes acabam procurando um tratamento definitivo depois da segunda ou terceira aplicação, por não suportarem a dor das injeções em locais tão sensíveis.

Esse tratamento utiliza um aparelho por meio do qual o paciente recebe pequenos choques, diariamente, que não são fáceis de agüentar e que, além disso, causam lesões na pele em pouco tempo. Importante ressaltar que tal equipamento está sendo comercializado como uma grande promessa de solução para os casos de suor excessivo de mãos e pés. Seu efeito não é definitivo e as aplicações diárias são demorada

O método é ainda considerado experimental. Trata-se de uma intervenção muito complexa, exigindo a retirada de um nervo de outra parte do corpo (perna ou parede torácica) para ser colocado na cadeia simpática previamente ressecada.